Os alunos matriculados no curso de pós-graduação em psicopedagogia da Fimi (Faculdades Integradas Maria Imaculada), em Mogi Guaçu, têm bons motivos para comemorar a escolha. É que tramita na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), projeto de lei que, se aprovado e sancionado pelo governador João Dória (PSDB), poderá criar centenas de empregos na área de psicopedagogia.
De autoria do deputado estadual Márcio Nakashima (PDT), o projeto cria a necessidade das escolas da rede estadual de ensino contarem, em seus quadros profissionais, com os serviços de psicopedagogos, psicólogos, e assistentes sociais para atendimento prioritário de alunos e profissionais da educação presentes nessas unidades educacionais.
EMPREGOS
Levando em consideração que o Estado de São Paulo possui mais de 5,4 mil unidades educacionais, centenas de postos de trabalho para os cargos previstos nesse projeto poderiam ser criados. Ao todo, a rede de ensino estadual paulista conta com mais de 240 mil professores e 3,8 milhões de alunos.
Nakashima explica que, se sua matéria for aprovada pela Alesp, todo profissional da educação que notar alunos vítimas de bullying, depressão, hiperatividade, comportamentos violentos e outras formas de distúrbios psicológicos, deverá encaminhá-los à coordenação de ensino da escola que, por sua vez, indicará o atendimento psicológico ou psicopedagógico na própria escola.
VIOLÊNCIA
O objetivo principal da matéria, na visão de Nakashima, será sempre o de sanar o problema antes que descambe para a violência e para que também não haja prejuízo educacional ou no desenvolvimento social dos jovens. Outra meta é reduzir a violência contra os próprios professores, com uma melhor assistência psicopedagógica e psicológica junto aos alunos.
Ainda segundo o parlamentar, a ideia de criar o projeto surgiu após o massacre da escola estadual “Raul Brasil”, em Suzano, na Grande São Paulo, no último dia 13 de março, quando dois jovens mataram seis estudantes, dois funcionários da escola e depois cometeram suicídio.
OPORTUNIDADE
O atendimento aos estudantes será obrigatório e feito fora do horário do expediente escolar, em local adequado para as consultas. Além desse suporte, também haverá apoio da assistência social junto à família do aluno, quando for necessário, inclusive com a inclusão em programas sociais mantidos pelo Governo do Estado. Havendo falta de profissionais, cada equipe poderá atender a, no máximo, três escolas.
O curso de pós-graduação em psicopedagogia da Fimi começou no último dia 15 de março, com aulas sempre aos sábados. Porém, os coordenadores do curso reforçam o convite aos interessados, afirmando que ainda há algumas vagas remanescentes.
Também vale destacar que essa pós tem o reconhecimento do MEC (Ministério da Educação) e um custo que certamente cabe em seu orçamento. O professor e mestre Romildo Morelato Junior, diretor da Fimi, salientou que esta é uma ótima oportunidade para quem busca uma especialização de alto gabarito e, ao mesmo tempo, uma boa chance de recolocação no mercado de trabalho.