Desde a escravidão as mulheres negras mostraram sua força através da resistência e luta pela liberdade!
Atualmente, esse assunto motivou muitos debates sobre o racismo que se manifesta de diversas formas. Para se ter uma ideia, as mulheres negras enfrentam as maiores taxas de desemprego (12,2%), enquanto os homens brancos apresentam as menores (5,3%, dados do “Retrato das Desigualdades”, 3.ª edição, IPEA).
A grande concentração de mulheres negras economicamente ativas no mercado doméstico também indica a situação de desigualdade frente às mulheres brancas.
Pensando em todo esse contexto a Professora Doutora Ana Clara de Souza Paiva, do curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade Maria Imaculada está lançando o livro “Mulheres Negras Professoras de Educação Física”, juntamente com outras autoras e com a organização das professoras Luciana Venâncio e Carolina Cristina dos Santos Nóbrega.
O livro tem ainda o prefácio de filósofa Djamila Ribeiro (autora do livro “Pequeno Manual Antirracista”) e posfácio da professora Nilma Lino Gomes (reitora da Unilab e ex-ministra da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos).
As autoras, militantes em favor da causa antirracista apresentam neste livro as narrativas como um convite a este debate identitário, político e estético-corpóreo.
A obra expressa interpretações e pesquisas de diversas professoras que buscam racionalizar a área e politiza-la, construindo assim, a Negritude dentro e fora da academia.
Um dos pontos abordados no enredo é que as mulheres negras, ao lado dos homens negros, aparecem no processo histórico da Educação Física, esporadicamente, como “exceções”. Seja para justificar o desempenho em determinada modalidade esportiva, ou para reforçar situações de superação e de esforço individual fora do contexto das conquistas coletivas e da representatividade da mulher negra na Educação Física brasileira.
Para a autora a educação de crianças negras é fortemente atrelada a infortúnios que o racismo estrutural causa desde cedo à criança/família. Essas violências, por vezes veladas que sofremos é o que nos condicionam atualmente a lutar contra essas desigualdades.
Ainda segundo Ana Clara o capítulo “O pertencimento da filha do meio”, expõe a experiência da filha do meio de uma família de sete filhos e a única (dos sete) formada por uma universidade pública. “Nesse processo, relembro toda a caminhada acadêmica até a profissional, que mostra como nós mulheres negras, buscamos formas de ser no mundo. À vista disso, enalteço e reconheço a construção da minha identidade negra e a persistência que reside e resiste até hoje como elo incentivador na maioria das minhas conquistas motivadas pelo sentimento de pertencimento aos meus direitos”.
Que a leitura deste livro possa suscitar experiências e trajetórias transformadoras de ações mais positivas e incentivo aos jovens na busca da sua construção identitária e ocupação de todos os espaços!
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